TEMPO
No silêncio do meu momento, Vejo o ponteiro do relógio passar. Ele passa por todos lentamente, Observando-o, finjo não notar. Finjo não notar as expressões, Que ele deixa em minha face. Ignorando o sofrimento de ontem, Vivo o hoje como se ele me amasse. De certa forma é verdade, Eu ainda estou aqui. Se tudo aqui é vaidade, Não temos para onde fugir. Ele é cruel e implacável, E muito nos faz esquecer. Alguns o chamam de senhor, Por nos fazer envelhecer. Ele faz suscitar a saudade, Ele faz esquecer um alguém. Ele renova em nós a esperança, Ele nos tira o que amamos também. O mais incrível é que ele não para, Muito menos o fazemos voltar. Se voltasse mudaria nossa história, Nossa história, ele não pode mudar. Ele é feito de segundos, De minutos infinitos. De horas que nos marcam, De dias bons e de conflitos. Ele é época determinada, Ele é prazo e é demora. Ele é partida, ele é chegada, Ele é o lapso que sempre vigora. Uns o têm como esperança, Outros o têm como tormento. Ele é igualmente para todos, A ele chamamos de tempo. Rubens Lima
Enviado por Rubens Lima em 25/12/2010
Alterado em 07/08/2020 |