CABO ELEITORAL
Compondo a legião
De pessoas devotadas,
Acredita-se na mudança
Que virá da empreitada.
Coordenando a campanha
Com fervor objetivo,
Considera e afirma:
Não serei mais esquecido!
Pois o meu candidato
É o melhor e meu amigo.
É utopia...
Amizade em política
Nunca existirá!
O oposto se aproxima
Para se beneficiar.
O candidato,
Dizendo-se democrata,
Condena a desigualdade,
Falando que o dinheiro
Não traz felicidade.
Faz o pobre esquecer
Que ele é dono da cidade.
No gabinete parlamentar,
O emprego prometido é frustrado.
O militante se revolta
E se diz ludibriado.
Quem cria emprego
É o empresário...
Político cria
Cabide de emprego!
A promessa de emprego
Com que o militante sonha
Torna-se um pesadelo,
A realidade é medonha,
Não existe o emprego
Prometido na campanha.
O poder quando é comprado,
Até fascina quando vem.
Não há a força do voto,
De quem não sabe
A força que ele tem.
A verba estimada
Para campanha parlamentar,
É uma quantia impossível
De no prazo recuperar.
É estímulo para o eleito
No cargo se locupletar...
O comprado fica impedido
Do seu direito reivindicar!
A indiferença machuca
A amizade creditada,
A rejeição aniquila
A confiança professada.
Quem ontem me abraçava,
Hoje não pode me receber.
Seus assessores por ele,
Sua vez têm que fazer.
Meu espaço foi ocupado
Por quem não fez por merecer.
O que fazer?
A quem reclamar?
Se no jogo da política
Um tem que sorrir
Para o outro chorar...
Justificando o velho ditado popular,
Uns nascem para sonhar
E outros para realizar...
Enquanto uns fedem,
Outros têm que cheirar!
Se todos algumas vezes
São enganados...
A todos não se pode
Sempre enganar.
Se alguns o tempo todo
são ludibriados,
Eu tenho que concordar
Que o poder fascina!
E, que o gado precisa
De um boiadeiro
Para lhe guiar.