ROTINA SUBURBANA
Cinco horas da manhã, Tenho que me levantar. Meu galo cantou no terreiro, Com seu alarde companheiro, Me mandando acordar. É mais um dia de rotina, Tomo banho e o café. Ando três horas de ônibus, No ônibus lotado, Ainda pisam no meu pé. A marmita que preparei, No dia anterior. Tiraram da geladeira, E para o meu desespero, O meu feijão preto azedou. É mais um dia sem rangar, Eu fico revoltado. Pegunto o que eu fiz? Não vai dar pra acreditar. Essa vida é de amargar, Assim não dá, para ser feliz. Meu aluguel tá atrasado, Minha mulher de TPM. E meu cachorro morreu, Minha luz já foi cortada, E para o meu desespero, O meu time perdeu. Chego em casa derrubado, Sem tesão, mal arrumado. É mais um dia sem amar, Minha dama ainda reclama, Se me deito em nossa cama, Eu não consigo acordar. É assim toda semana, Dessa vidinha muquirana. Eu vou ter que me livrar, Vou fazer igual o Lula. Vou criar mais um partido, E vou ser um bom bandido, Pra poder me aposentar. Em ser político ou ser bandido, Eu corro menos perigo, É sendo parlamentar. Minha vida vai mudar, E vai ser nesta semana! Eu vou ganhar na loteria, E me mudar lá do subúrbio. Vou morar num belo 'AP', No bairro de Copacabana. Grana pra mim não vai faltar! Então vou me alforriar. E nunca mais vou me lembrar, Desta rotina suburbana. Rubens Lima
Enviado por Rubens Lima em 21/04/2007
Alterado em 10/03/2018 |