HOJE, O MENOR NÃO TRABALHA Casca fina e caldo grosso,
Assim eu vendia o limão. Pra passar no rabo do peixe, E nas barbas do camarão. Eu comprava pra revender, No Mercado de Madureira. E no trem da Central eu vendia, De segunda à sexta-feira. Picolé também eu vendia: De abacaxi, chocolate e banana. Nas praias do Arpoador, Leblon e Copacabana. Eu estudava e trabalhava, E tive a carteira assinada. Com doze anos de idade, Já estava com os pés na estrada. Casca fina e caldo grosso, Assim eu vendia o limão. Pra passar no rabo do peixe, E nas barbas do camarão. Hoje o menor não trabalha, O Estado proíbe, achando ilegal. Das drogas, se torna refém, Sem horizonte, se faz marginal. O trabalho não mata ninguém, Sempre ouvia minha mãe falar: "-Quem não trabalha, só come, Lá na prisão temos que sustentar." Sinto que o Brasil mudou, Não foi pra melhor, foi para pior. Se o trabalho engrandece o homem; Sem horizonte, ele vira pó. Rubens Lima
Enviado por Rubens Lima em 07/09/2015
Alterado em 04/12/2018 |