MINHA CIDADE NATAL!
Quando eu era menino,
Na minha cidade natal
Havia ideologia consciente,
Sem curral eleitoral.
Eu recordo com saudade
Tudo que lá deixei.
Ao voltar, não me senti sozinho,
Alguns migos de infância,
Luiz Carlos, Tininha e Jovaci,
Lá eu reencontrei.
Mas o tempo passou depressa
E tudo mudou para pior.
Os jovens sem pespectiva
E dignidade...
Roubam, matam e cheiram pó.
Na passagem do ano recente,
Sim... A coisa foi cruel...
Queimaram ônibus e deram rajadas,
Balas de fuzis flamejavam no céu.
De quem é essa conta Doutor,
Diga aí, eu quero saber...
Dos vereadores, prefeito
Ou do corrupto Governador?
Essa coisa, só o povo reverter!
Na cidade de Queimados,
Nasci e me criei.
Hoje sem dignidade,
Minha cidade natal
Virou uma terra sem lei.
Quando o Governo
É corrupto...
O povo não é respeitado
E não consegue respeitar.
Acredite, chegamos no limite,
Não reelejam bandidos
Para lhes estorquir e roubar.
Em outrora...
Tomávamos banho no rio D’ouro;
Pegávamos laranja no Fanxem...
Jogávamos bola e soltávamos pipa,
Bola de gude jogávamos também.
Mas nem tudo está perdido,
Juntos, está situação
Podemos ainda reverter.
Acredite, basta uma atitude,
Tudo é possível ao que crê.
A bola ainda está rolando,
O jogo não acabou!
Troque o fuzil pelo caderno...
Extirpe o prefeito que furtou;
Respeite a comunidade vizinha
E não morra vítima do horror.
É triste mas é verdade
Essa triste realidade...
De amor não se houve falar...
Facções, tráfico e drogas
Dominam nossas Cidades,
Futuro para os Jovens não há!
Vocês podem. Acreditem!
Vocês não são objetos...
Vivam e contem suas histórias
Para seus netos,
Sejam felizes e do bem,
Não sejam fora da lei...
Minha história eu contei.