VELADA ESCRAVIDÃO Só porque somos pretos A coisa sempre é diferente Sem emprego, e nos guetos Para nós sobra o batente... Temos que segurar as pontas E o serviço sujo fazer Enquanto eles surfam ondas Temos que sobreviver... Alforria para os pretos Nunca foi libertação O tronco ainda é o mesmo É velada a escravidão... Alimentamos os cavalos Do patrão e da patroa Preparamos a lavagem Dos leitões e da leitoa... Assim todos são felizes Sorridentes e contentes Vão vivendo suas vidas Achando que somos diferentes... Não é ledo engano, O preto também é animal Que igual ao branco, No final, fede na horizontal. Rubens Lima
Enviado por Rubens Lima em 23/08/2020
Alterado em 06/09/2020 |